Monitoramento aéreo marca o fim da temporada de avistagens de baleias-francas em Santa Catarina
A SCPar Porto de Imbituba realizou na manhã de segunda-feira (18) o último sobrevoo da temporada 2019 de monitoramento aéreo das baleias-francas. A ação ocorreu entre Florianópolis e Torres (RS) e, conforme já vinha se confirmando no monitoramento terrestre, não há mais baleias-francas na região, que abrange toda a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca.
Outros mamíferos marinhos foram avistados durante o percurso. A equipe de monitoramento registrou a presença de um pinípede em Florianópolis, que não foi possível identificar se era leão ou lobo marinho; e dois grupos em Laguna: um grupo com dois golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) e um grupo com três toninhas (Pontoporia blainvillei). Outro grupo de aproximadamente 250 Tursiops truncatus – também conhecidos como botos da tainha – surpreenderam a equipe em Balneário Rincão.
Ao longo deste ano foram realizados três sobrevoos, o primeiro em julho, início da temporada, o segundo em setembro, pico de avistagens das baleias e o último agora em novembro, encerrando o período de observação aérea de 2019. O sobrevoo integra o Programa de Monitoramento de Baleias-Francas da SCPar Porto de Imbituba e envolve pesquisadores do Instituto Australis e da Acquaplan. O objetivo da ação é realizar a contagem das baleias-francas, verificar sua distribuição espacial e fotografá-las para posterior identificação. Os dados coletados ao longo dos monitoramentos são compilados em um Relatório Anual utilizado para ampliar o conhecimento sobre a ecologia da espécie frente às atividades portuárias.
A temporada 2019 registrou um número menor de baleias-francas que em 2018, quando houve recorde de avistagens. Apenas no segundo monitoramento aéreo daquele ano, cerca de 270 baleias foram avistadas em dois dias de sobrevoo. Em 2019, foram registradas 67 baleias nos três monitoramentos aéreos.
O coordenador técnico do Programa de Monitoramento do Porto, Gilberto Ougo, explica que essa variação no número de avistagens de um ano para o outro era esperado. “Apesar do número reduzido em comparação com o ano anterior, o quantitativo de 2019 já era esperado por conta do ‘boom’ reprodutivo registrado em 2018, uma vez que o ciclo de reprodução da espécie é trianual. Além disso, a menor disponibilidade de alimento nas áreas de alimentação, decorrente das alterações climáticas, pode alterar padrões reprodutivos das baleias. Ambos fatores podem exercer uma grande influência na ocorrência maior ou menor da espécie aqui na região”, explica.
O monitoramento terrestre continua ocorrendo normalmente até dia 30 de novembro, com duas equipes de observação: uma na praia do Porto e outra na praia da Ribanceira, em Imbituba.
Crédito das fotos: Carolina Bezamat/SCPAR Porto de Imbituba