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Porto de Imbituba apresenta balanço de avistagem de baleias-francas da temporada 2019


A SCPar Porto de Imbituba concluiu em novembro as atividades de monitoramento das baleias-francas referente a temporada de 2019. De julho a novembro, período de concentração reprodutiva desses mamíferos na costa catarinense, foi realizado semanalmente o Monitoramento Terrestre, além do Monitoramento Aéreo, com três sobrevoos de helicóptero entre Florianópolis (SC) e Torres (RS), em julho, setembro e novembro. As atividades fazem parte do Programa de Monitoramento de Cetáceos e têm como objetivos realizar a contagem das baleias-francas e analisar a presença de outros cetáceos e mamíferos marinhos na região do Porto de Imbituba e adjacências. O monitoramento é coordenado pela SCPar Porto de Imbituba e envolveu pesquisadores do Instituto Australis e da empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, contratada pelo porto.

Na temporada 2019 foram avistadas 67 baleias-francas durante os monitoramentos aéreos: 15 indivíduos no mês de julho e 52 em setembro. Nesse período em que o litoral de Santa Catarina torna-se historicamente a principal área de concentração reprodutiva de baleias-francas na costa brasileira, as francas vêm ao Brasil para acasalar, procriar e amamentar seus filhotes. Do total registrado em 2019, estão incluídos 27 filhotes nascidos nesta temporada. Golfinhos, pinípedes (lobos e leões marinhos), toninhas e baleias-de-bryde também foram avistados nos três sobrevoos. Os resultados do monitoramento terrestre ainda estão sendo analisados, mas já é possível afirmar que a Praia da Ribanceira, em Imbituba, continua sendo a principal área de concentração da espécie, principalmente para atividades de descanso e cuidado parental.

Na temporada 2018 foram avistadas mais de 280 baleias, número considerado recorde. Apesar da quantidade menor de baleias-francas observadas na região em 2019, o coordenador técnico do monitoramento, oceanógrafo Gilberto Ougo, avalia como normal essa variação no volume de avistagens de um ano para o outro. “Apesar do número reduzido em comparação com o ano anterior, o número registrado em 2019 já era esperado”, afirma. Segundo Ougo, isso pode ocorrer em função do que se considerou um “boom” reprodutivo, registrado em 2018. “Além disso, outro fator que pode exercer uma grande influência é a menor disponibilidade de alimento nas áreas de alimentação da espécie”, explica o oceanógrafo.

O Programa de Monitoramento

Os três sobrevoos da temporada e o Monitoramento Terrestre nas enseadas das praias do Porto e da Ribanceira integram o Programa de Monitoramento de Cetáceos da SCPar Porto de Imbituba. As ações têm como objetivo realizar a contagem dos indivíduos, verificar sua distribuição espacial e fotografá-los para posterior identificação, além de analisar a frequência de uso e comportamento das baleias na região do Porto de Imbituba. O programa integra o Plano de Controle Ambiental (PCA) da Autoridade Portuária, executado há 11 anos pelo porto, entre os meses de julho e novembro, a fim de garantir a segurança e a conservação da espécie em harmonia com as operações portuárias.

Procedimento Interno de Boas Práticas

Além do Monitoramento Aéreo e Terrestre, também se destaca no Porto de Imbituba o Procedimento Interno de Boas Práticas. A ação foi implantada em 2017 e tem como objetivo conscientizar a tripulação das embarcações que circulam no porto (navios, rebocadores, lanchas, etc.) sobre a presença das baleias-francas na região. Durante a temporada, a equipe técnica de Meio Ambiente da SCPar Porto de Imbituba realiza visitas aos comandantes e à tripulação das embarcações, levando informações sobre o comportamento das baleias-francas, mostrando o mapa com os limites da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, explicando como ocorre o Programa de Monitoramento.

Além disso, a equipe de observação terrestre acompanha as movimentações dos navios e mantém contato direto com os servidores da SCPar para que seja adotado o protocolo de segurança caso alguma baleia-franca esteja na área de influência das operações portuárias.

Saiba mais sobre as baleias-francas

As baleias têm um filhote a cada três anos e período de gestação de 12 meses. Elas se alimentam de grandes quantidades de krill na região Antártica, acumulando reserva energética em forma de gordura para encarar a longa jornada para reprodução e acasalamento. Anualmente, cerca de 100 baleias são registradas, em média, em Santa Catarina. A maioria é de fêmeas em fase de procriação, que “passeiam” entre o litoral norte do Rio Grande do Sul e a região sul de Santa Catarina, limites da APA da Baleia Franca.

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