Sobrevoo registra 21 baleias-francas na Região Sul de Santa Catarina
Avistagens ocorreram durante último censo aéreo da temporada 2018 do Programa de
Monitoramento de Cetáceos da SCPar Porto de Imbituba
A SCPar Porto de Imbituba realizou na manhã desta segunda-feira, 5 de novembro, o último sobrevoo da temporada 2018 de avistagens de baleias-francas (Eubalaena australis) em Santa Catarina. O censo aéreo ocorreu entre Florianópolis e Balneário Rincão, que compreende a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, estendendo-se até Torres. Durante o percurso, foram avistadas 21 baleias-francas, sendo 10 adultas e 11 filhotes, além de quatro golfinhos nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), conhecidos como “boto da tainha”.
O sobrevoo integra o Programa de Monitoramento de Cetáceos do porto e envolve pesquisadores do Instituto Australis/Projeto Baleia Franca e da empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental. Ao todo, três especialistas participaram da amostragem, sendo dois observadores e um fotógrafo. O objetivo da ação foi realizar a contagem dos indivíduos, verificar sua distribuição espacial e fotografá-los para posterior identificação.
Avistagens de 2018
Novembro marca o fim da temporada de avistagens das baleias-francas em Santa Catarina. Neste período, os animais já estão retornando às áreas de alimentação nas regiões da Antártica, onde permanecem durante o resto do ano. Por isso, o número de indivíduos encontrados na região é bem menor que o registrado nos dois sobrevoos anteriores, realizados em julho e em setembro.
Neste ano de 2018, quando a SCPar Porto de Imbituba completou dez anos de monitoramento, um recorde de avistagens foi registrado em setembro. Durante o segundo sobrevoo, 284 baleias-francas foram observadas, batendo as 194 baleias avistadas em 2006. Antes, no mês de julho, foram avistadas 36 baleias. A maior concentração tem ocorrido nas enseadas de Garopaba, Imbituba e Laguna.
Além das francas, também foram registradas em 2018 outras espécies de cetáceos, como os já mencionados golfinhos-nariz-de-garrafa ou boto da tainha (Tursiops truncatus), espécie que realiza a pesca cooperativa junto aos pescadores no município de Laguna; e as toninhas (Pontoporia blainvillei), raras na região.
Os resultados anuais surpreenderam, até mesmo, a equipe técnica que acompanha o Programa de Monitoramento de Cetáceos. “Este foi um ano extremamente positivo tanto pelos recordes de avistagens, o que pode indicar uma recuperação nos níveis populacionais da espécie, quanto pela quantidade de dados que pudemos coletar, possibilitando avaliar a eficácia das ações de conservação já aplicadas e desenvolver novas medidas para monitorar e acompanhar o ciclo de vidas das baleias”, aponta Robson Busnardo, gerente de saúde, segurança e meio ambiente da SCPar Porto de Imbituba.
O Programa de Monitoramento
Este é o 10º ano que o Porto de Imbituba realiza o Programa de Monitoramento de Cetáceos. Desde sua criação são utilizadas duas metodologias: o monitoramento aéreo e a observação terrestre dos mamíferos marinhos que visitam a região (baleias, golfinhos, etc.). Atualmente o Programa é realizado no âmbito do Plano de Controle Ambiental (PCA) da SCPar Porto de Imbituba, autoridade portuária, executado pela empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental e o Instituto Australis/Projeto Baleia Franca.
Conforme explica Camila Amorim, oceanógrafa da SCPar Porto de Imbituba, o objetivo do programa é monitorar a frequência dos cetáceos avistados na região do porto e compreender o comportamento deles frente às atividades portuárias. “Como os navios que chegam a Imbituba atravessam a APA da Baleia Franca, o monitoramento da frequência de pequenos e grandes cetáceos no entorno do porto, estudando o seu comportamento e acompanhando o tráfego de embarcações, evita possíveis interações negativas e promove maior segurança para a conservação da espécie em seu habitat natural”.
Durante a temporada, o monitoramento terrestre ocorre diariamente, em dois pontos de observação, nas enseadas das praias do Porto e Ribanceira, em Imbituba. O tempo de observação padrão é de seis horas diárias, divididas em dois turnos, podendo variar de acordo com a quantidade de horas/luz diárias e as condições climáticas, bem como a movimentação dos navios.
Boas práticas
Além dos monitoramentos, também se destaca no Porto de Imbituba o Procedimento Interno de Boas Práticas, implantado na temporada passada com o objetivo de conscientizar a tripulação das embarcações que circulam no porto (navios, rebocadores, lanchas, etc.) sobre a presença das baleias-francas na região. A equipe técnica de meio ambiente do porto realiza a abordagem junto aos comandantes e à tripulação das embarcações, levando informações sobre o comportamento das baleias-francas, mostrando o mapa com os limites da APA e explicando como ocorre o monitoramento dos cetáceos.
Números sobrevoo de monitoramento baleias-francas novembro
Locais e números de avistagens Guarda do Embaú: 4 baleias Gamboa: 4 baleias Siriú: 4 baleias Ribanceira: 7 baleias Praia do Gi: 2 baleias
Tempo de voo: 4h15min
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